28 maio 2008

experiencia31



Estas 101 experiências de filosofia cotidiana são uma série de pequenos exercícios de realização extremamente fáceis: chamar a si mesmo, andar no escuro, arrancar um dos próprios cabelos, grunhir durante dez minutos... No início de cada capítulo, um quadro nos indica a duração da experiência (de um segundo a uma vida inteira), o material necessário (fornecido em geral pela própria experiência) e, sobretudo, o efeito: duplo ("Chamar próprio nome"), relaxante ("Esperar sem fazer nada"), desconcertante ("Saber que falamos"), cósmico ("Ver as estrelas embaixo"), introspectivo ("Descer uma escada sem fim"), etc. "Você vai dizer que é uma experiência estúpida, inútil, sem o menor interesse, e com razão. É justamente para isso que ela serve, para despertar a sensibilidade para uma série de questões sem valor e sem respostas. Depois das experiências, tire suas próprias conclusões sobre as relações entre sua mente e a realidade externa", disse o autor.

A mim, algumas experiências trouxeram de volta, mesmo que por alguns instantes, uma sensação de liberdade e de espontaneidade que só temos quando somos crianças. O livro está esgotado nas livrarias...... por isso vou colocar a experiência 31 aqui.

brincar com uma criança
duração: 30 à 40 minutos
Material: vários
Efeito: desorganizador

"O mais impressionante é brincar com uma criança que não fale ou fale pouco, entre um e dois anos, por exemplo.Menos de três de qualquer modo. Escolha um jogo que ela conheça bem, (...) se sinta à vontade. Você deve apenas seguir, entrar no jogo que é dela, não seu. Aceitar as repetições sem fins, as regras absurdas (...)A experiência consiste antes de tudo em entrar neste mundo do jogo da criança, e deixar de lado seu universo normal de adulto.

Com um pouco de esforço, (...) você deve se tornar um elemento do mundo da criança. Não há dúvida de que você só conseguirá isso parcialmente. É inevitável. Não se trata de se tornar totalmente passivo, mas de tornar, por mais frustrante que isso possa ser, parceiro efetivo desse mundo.

Observe em seguida os efeitos desse mergulho quando você voltar ao mundo normal. Você está no centro da experiência. Se tiver (...) abandonado profundamente e por muito tempo, a continuidade dos seus próprios pensamentos (...) há granddes chances de que você não possa voltar ao mundo adulto de uma hora para outra. O interessante, se você chegar a sentir isso, é justamente esse momento de perda, esse tempo de distanciamento (...). .. Você se desorganizou por dentro, e a volta ao lugar exige um tipo de esforço (...). "

101 Experiências de Filosofia Cotidiana
Droit, Roger-Pol
Editora Sextante

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